Escrito no vento
19.5.13
2.3.13
16.2.13
20.1.13
O Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras tem um projecto intitulado Falso Movimento - Estudos Sobre Escrita e Cinema, cujo site oficial pode ser consultado aqui: falso-movimento.com.
Entre outras coisas (para saber, é consultar o site), trabalha-se aí numa antologia em português dedicada a Serge Daney.
Porém, o que me interessa aqui é o tumblr associado ao projecto - espécie de repositório de fotogramas que inventaria modos diversos de figurar a escrita em cinema. É sem dúvida o melhor blogue obsessivo cinéfilo de 2012, e merece ser divulgado:
Agora é a tua vez.
24.12.12
No cinema,
Natureza variável
Das imagens,
Nada se perde
Ou cria,
Tudo se transforma:
Cada filme, no seu perfil
Incerto,
Metamórfico,
É já infindas formas, ao sonhá-las.
Kimfi Trondirsafi, "Lavoisier", em O sonho nórdico do cinema. Tradução livre minha.
16.12.12
2.12.12
Ela sai do quarto e, antes de descer, detém-se em frente do retrato da Caroline. Sorri para si mesma, como se verificasse a semelhança.
Lembro-me do que pensei exactamente há um ano: uma Caroline de Winter que voltou do mundo dos mortos. Talvez ela pense o mesmo.
Estamos as três aqui e tenho a impressão de que só Caroline é real, nós somos outra coisa, um ser que ainda não existe e um que se recusa a deixar de existir. E, meu Deus, como a mulher do quadro é mais autêntica[.]
Ana Teresa Pereira, O Verão selvagem dos teus olhos.
29.11.12
14.11.12
12.11.12
11.11.12
A pele em que habitam. Ifigénia e Vera estão na prisão, por vontade dos deuses e monstros. Sofrem muito, na solidão, longe da família (e da humanidade) que amam e da qual precisam para serem. Encarceradas e expatriadas (da humanidade), vivem «uma vida que não é vida» (Ifigénia), estão incompletas. A beleza disto é encontrarem na barbárie a humanidade que lhes permitirá a ascensão (que não é bem uma ascensão, mas mais regresso ao nível zero [o perfeito] do humano). Por via do sofrimento, vivido no silêncio que as possibilita buscarem em si mesmas a salvação (viva a espécie, o Homem, camaleão multiforme!), adquirem uma completude (por via da inteligência) que lhes permite atingirem um grau de lucidez extremo, sem o qual as suas narrativas não poderiam chegar a bom porto. No processo, não obstante as mazelas, aprenderam a domar o instinto, a agir em vez de reagir, em suma, a viver inteligentemente, em suma, a ser o que um ser humano deve ser, em suma, a não serem bestas. Parabéns.
29.10.12
Sugestão. Les amours de la pieuvre (1967), Jean Painlevé (no youtube).
21.10.12
14.10.12
6.10.12
23.9.12
Ela trazia nas orelhas umas argolas de mau gosto. Tinha as unhas pintadas. A outra Madeleine era tão mais requintada! Scottie tinha a sensação de estar a ver um filme mal dobrado, com uma actriz menor perdida no papel da vedeta. [...] O penteado da nova Madeleine não era elegante, e tinha uma boca descorada, apesar dos cremes e da pintura. Mas era quase preferível assim. Já não o assustava. Ele ousava aproximá-la de si, senti-la viva, da mesma vida que ele. Chegara a temer vagamente estar a abraçar uma sombra.
Boileau-Narcejac, D'entre les morts, apud. Victor Stoichita, O Efeito Pigmalião
16.9.12
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